domingo, 4 de julho de 2010

Os vídeos não mentem (às vezes) feat. José Serra

Ato I




"Eu quero ser o presidente da união! Vamos juntos brasileiros e brasileiras porque o Brasil pode mais" - trecho do discurso de José Serra sobre sua candidatura à Presidência da República em 2010.

Ato II



Serra durante debate da candidatura à Prefeitura de São Paulo nas eleições de 2004.


Para ressaltar o brilhante diálogo que pode ser lembrado no vídeo acima, transcrevo-o abaixo:

Boris Casoy - O senhor ou a senhora aceita assumir neste momento o compromisso de cumprir integralmente o seu mandato na Prefeitura e recomendar ao eleitor que se o não cumprimento do mandato ocorrer não vote mais no senhor?"

Após declaração do candidato Ciro Moura...

José Serra - Eu assumo esse compromisso como já assumi, embora alguns candidatos adversários possam dizer que eu vou sair para me candidatar para Presidente da República para Governador etc (...) minha determinação, meu compromisso é governar São Paulo por 4 anos."

Boris Casoy - E se o senhor não o fizer o senhor recomendará nesse instante ao eleitor que não vote no senhor?

José Serra - Estou assumindo um compromisso nos termos que você disse.

E não é difícil saber o que aconteceu depois...

"Entre 2004 e 2008 a cidade de São Paulo foi governada por José Serra (2004-2006) e Gilberto Kassab (2006-2008). José Serra foi eleito prefeito no segundo turno com 3,3 milhões de votos (55% dos votos válidos), seiscentos mil a mais que Marta Suplicy do PT, que tentava a reeleição. No dia 1º de janeiro de 2005, Serra tomou posse do cargo de prefeito com mandato para até 1º de janeiro de 2009.

Gilberto Kassab assumiu a prefeitura de São Paulo em 31 de março de 2006, após a renúncia do então prefeito, José Serra, que saiu para se candidatar ao governo do estado de São Paulo nas eleições de outubro de 2006."
(Fonte: Wikipedia)

Ato III



Três lições que podemos tirar disso:

1 - A estratégia de marketing está desatualizada e continua contando com a burrice e falta de memória alheia. O problema é que talvez os tempos não sejam os mesmos.

2 - "O César tem firmeza no que faz" é um trecho do jingle da campanha de Serra. A equipe que preparou a campanha dele não é boba e não caiu na garfe que seria cantar: "o Serra tem firmeza no que diz".

3 - Serra é do bem e já havia avisado: não vote Serra.

Pensar não custa nada?


Antes de começar, devo explicar que como não sabia onde colocar o music video Música para ouvir de Arnaldo Antunes, encaixe-o aí em cima o que não significa que seja uma imposição para que a sua primeira atenção se dê a assisti-lo. Se eu fosse um poeta dos bons provavelmente saberia... nem foi esta a tal música que me desencadeou o texto abaixo. Depois que acordei, peguei num livro e fui me alimentar do pensamento dos outros, momento em que me confrontei com a ideia de confrontar-me com o meus próprios, mas mesmo durante esse tempo um vizinho que prefiro não identificar chegou impondo o pensamento de terceiros. Tratava-se do álbum inaugural de Maria Rita que nem desgosto.



Eu quero pensar. Vejo minha imagem refletida na tela e noto olhos sujos; na verdade limpos já que a sujeira saiu e está em volta. A música interefere no raciocínio e nem sempre isso é sinal que lhe fará pensar. Quantas vezes me percebi cantando coisas que não entendo, além de muito do que discordo. Outro dia ouvi a Maria Bethânia dizer que só canta o que acredita. E quantas vezes cantei suas músicas cheias de coisas que não acredito?

Olho em volta e não estou diferente. Ouvimos música demasiadamente. Nos entorpecemos com música. Música é uma droga. Basta ser mal utilizada por um tolo qualquer e pronto. A masturbação é outra droga. Droga digo daquilo que lhe tira do domínio de si, mas só a ponto da coisa lhe escravizar. A vida em comunidade pode nos tornar meras amebas. Como tudo pode ser tão ruim? O mal está em todo lugar. Mesmo nas virtudes, mesmo na caridade, mesmo nos conselhos despropostitados.

Olhar o céu... Lembro dos sonhos em que voava. Tenho sentido falta deles se os tenho já não lembro. Agora lembro que neste último sonhei que via uma menina com quem estudei. Ela usava uma roupa comprida, como um sobretudo, de cor azul como na escola e provavelmente era mesmo um uniforme escolar. Agora me parece que tenha sido algo como eu hoje voltado no tempo, pois ela parecia a mesma e pegava o metrô como antes. Eu é que estava como só depois passei a parecer. Ela passava como tantas e me parece que ao atravessar-me encontrava com alguém, possivelemnte uma outra menina a qual não conheço, talvez duas.

O desenho do céu mudou bastante desde aquele momento, o caminho antes aberto estreitou-se, fechado senão pela luz. Eu pensei e sabia que era um sonho mas agi depois como se não soubesse. Fui cumprimentá-la, achava estranho ela estar ali como que vinda do passado, ou seria eu no passado? Lúcia. Ela respondeu? Parece que sim. Mas vem o trem, embora estivéssemos por alguns momentos numa estação de metrô. Avisos sonoros foram feitos, muitas pessoas reclamavam umas com as outras (quando reclamações são feitas aos responsáveis - sempre a representantes que nada representam - em geral acabam em brigas, discussões acaloradas que perdem o objetivo aparente e se tornam como chamam barraco, recheadas de xingamentos pessoais e extensivos aos familiares, comumente de referências a moralidades sexuais).

Lúcia desapareceu, parece que não entendi o que ela respondeu mas era tarde e ela se foi como meu sono. O que adianta passar a vida falando das coisas que não viveu? Sonhar não é o mesmo que lamentar. Lamenta-se pela perda no futebol, cogita-se o não cumprimento de promessas, como os outros são infelizes... E eu pergunto para que?
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